segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O MODELO ELITISTA DO FUTEBOL BRASILEIRO

A partir de hoje, o Blog Marketing Esportivo Nordeste, após a reformulação do projeto gráfico e aparecimento de novas ideias e conceitos, o blog está de volta com a chamada força total! Novos posts estão desenvolvidos para você amante do futebol, em especial aos torcedores nordestinos para que cada um compreenda que a criatividade e a união é a arma de nós torcedores e admiradores do esporte contra a falência dos clubes que amamos de verdade. São esses clubes que fazem com que nos façam cada vez mais gostar do futebol em sua maneira pura de ser, que é na maioria das vezes vendo o jogo nos estádios de futebol ou então sofrendo ao pé do rádio.
Para a volta, vou recomeçar com um post sobre a paixão do torcedor e passando de maneira geral sobre o que em minha opinião é o principal problema de todos os clubes nordestinos: a falta de calendário para geração de receita. Problema esse causado única e exclusivamente pela CBF. Então vamos recomeçar!
Primeiramente, sou um grande colecionador de coisas de futebol, são recortes de jornais, revistas, panfletos, tudo o que sai de diferente dos nossos clubes de futebol eu guardo em uma pasta para a posteridade.
Pois bem, a imagem ao lado mostra uma edição da revista PLACAR, de março de 2002, onde mostra o campeonato mais legal e rentável do país, que nada mais é que o nosso Campeonato do Nordeste de 2002. O futebol nordestino virou referência no país durante os anos de 2000 a 2003, que foi quando a CBF com esse seu “novo olhar” para o futebol acabou tornando o nosso futebol brasileiro completamente elitista, privilegiando basicamente os 12 grandes clubes do Brasil. Essa é a principal explicação para a ladeira que os clubes que não fazem parte desse grupo restrito tenham sofrido para manter folhas, manter elencos, fazer novas promoções, apostar em gestão a longo, ou seja, colocar uma gestão administrativa nesses clubes do futebol nordestino. Em suma, você amigo leitor, consegue manter uma casa com seis meses de trabalho? Eu acredito que não, pois com essa mesma lógica eu faço a mesma pergunta a algum dirigente do nosso futebol nordestino: NINGUEM CONSEGUE MANTER UM CLUBE POR SEIS MESES. E mesmo assim os clubes nordestinos provam seu amor e sua paixão lotando os estádios de futebol para acompanhar poucos momentos de graça, em melancólicas séries C e D da vida, e alguns poucos privilegiados na série B e A. Em um país tão grande como o nosso isso é simplesmente um ABSURDO!
A existência de um calendário anual é de fundamental importância para que os clubes se desenvolvam. Entre 2000 e 2003, nós nordestinos, vivemos o nosso último grande momento no futebol a nível nacional, pois os clubes JOGAVAM. Até a Série C na época era iniciada a disputa em Junho e concluía a primeira fase em meados de setembro, ou seja, quase quatro meses de disputa. Vejamos o quadro comparativo abaixo da quantidade de times que disputavam os campeonatos brasileiros de 2004 até o nosso modelo atual.

ANO

Quantidade de clubes (Séries A, B e C).

2004

28 (A) + 28 (B) + 64 (C) = 120 clubes

2005

26 (A) + 24 (B) + 64 (C) = 116 clubes

2006

24 (A) + 24 (B) + 64 (C) = 112 clubes

2007

22 (A) + 22 (B) + 64 (C) = 108 clubes

2008

20 (A) + 20 (B) + 20 (C) = 60 clubes

2009

20 (A) + 20 (B) + 20 (C) = 60 clubes


O “novo modelo” da CBF, é ótimo para algum país europeu, mas mesmo assim, a Inglaterra que tem uma extensão territorial menor que a Bahia, por exemplo, possui nove divisões no futebol profissional deles. Infelizmente, os nossos clubes são amplamente desvalorizados pela CBF.
Para se ter uma ideia, foi uma luta trazer o Campeonato do Nordeste para ser disputado esse ano. É bem verdade que o Campeonato esse ano não empolgou, mas tem tudo para dar certo nos anos seguintes.

O que fica como conclusão desse artigo é que não adianta as melhores estratégias de marketing esportivo no planeta para algum clube que tem seu calendário resumido a apenas seis meses. Infelizmente esse é o modelo que está aí, e que a CRIATIVIDADE e a UNIÃO podem ajudar e muito ao futebol nordestino, em menores proporções, ressurgir e ganhar novas capas de revistas como essa que foi apresentada no inicio do post. E VIVA A LIGA DO NORDESTE!

O próximo post mostrará a influência dos torcedores em um clube de futebol, será que ela existe? Não percam!

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