segunda-feira, 27 de setembro de 2010

2010 acabou? Para os clubes do Nordeste, sim!


Não nego a ninguém que sou torcedor do CRB e um grande apaixonado pelo futebol nordestino, esse futebol alegre, que a torcida adora, lota estádios, enfim, tudo o que posto e vou sempre continuar postando nesse blog. Mas o tema de hoje é sobre uma pergunta simples de se responder: é possível manter uma casa com 6 meses de trabalho?

Se você respondeu sim, deixe seu recado que eu quero enviar um e-mail solicitando a sua vaga para ser ministro ou então um secretário da fazenda. Agora se você respondeu não, faz parte de 99,9% das pessoas que não conseguem sustentar uma casa com 6 meses de trabalho. Partindo dessa premissa, ontem identifiquei vários clubes do futebol nordestino que no final de setembro simplesmente acabaram o ano, em resumo, não jogam mais, e se jogam devem fazer uma ou outra partida pelo Nordestão, campeonato esse que surgiu de uma grande iniciativa, mas pecou na formulação da tabela do campeonato.


Esses clubes que acabaram o ano, não colocam menos de 10 mil pessoas em um estádio de futebol, posso listar 4 grandes, como: Fortaleza, Remo, Santa Cruz, CRB, e não posso me esquecer dos clubes paraibanos em especial a massa da torcida do Campinense. Pois bem, agora esses mesmos clubes são tachados de incompetentes, que não conseguem subir de divisão que formam times fracos, etc. Eu saio em defesa desses clubes, voltando a combater o que a CBF faz com esses clubes do eixo Norte-Nordeste, é simplesmente um absurdo formular tabelas de disputa de séries C e D como se fossem torneios de ponta de esquina. São apenas 10 jogos para que um clube alcance uma divisão maior no futebol brasileiro, depois disso, TCHAU!

O grande problema desses clubes foi ter aceito esse modelo elitista, e agora todos eles sofrem com a falta de calendário. O que deve ser feito agora é viver de ações de Marketing, para que esse torcedor desses clubes que acabaram o ano tão precocemente não se esqueçam que possuem um clube de futebol para torcer. As campanhas podem ser das mais variadas formas, mas a principal são mini torneios de futebol entre torcedores, festas com presenças de bandas para comemorar aniversário de algum titulo emblemático, impulsionar algum campeonato júnior, lançamento de algum modelo de camisa comemorativa, entre outros. Para angariar recursos, os clubes poderiam simplesmente procurar parceiros e apenas cobrar pelo uso da marca, tudo isso para conseguir um pouco de verba para que a casa não pare de funcionar. E para a casa desses clubes voltarem a ativa, é se organizar para que em novembro todos eles voltem com clubes fortes que briguem alto nesses torneios da elitista CBF.

A paixão nunca morre, mas diminui, é esse o principal objetivo desses clubes que pararam de jogar esse mês, fazer com que a paixão desses torcedores não diminua. É uma missão muito difícil, mas não impossível!

VAMOS A LUTA!

sábado, 18 de setembro de 2010

UM MUSEU PARA CHAMAR DE SEU!

Hoje eu abro um parêntese nos temas atuais de marketing esportivo e gestão do esporte que vem permeando esse blog desde a sua fundação e gostaria de falar da incrível experiência de conhecer o Museu do Futebol. É simplesmente um lugar mágico para os fãs do esporte mais emocionante do planeta.

Pois bem, vamos ao tema que vou falar hoje, simplesmente sobre o “Museu do Futebol”, localizado no estádio do Pacaembu em São Paulo, para todos que gostam de futebol, esse é simplesmente um local onde todos que gostam desse esporte tem que visitar um dia. Não misturando religião e esporte, eu diria que esse Museu é a Meca do futebol, onde assim como os mulçumanos tem que visitar um dia Meca, todos nós, apaixonados por futebol deveríamos passar um dia lá.

A visita começa com exposições temporárias, basicamente fazendo uma introdução do que está por vir na seqüência, após essa introdução, temos o Pelé, esse cara que não jogou nadinha, nos convidando para conhecer o museu. Bem, um convite do Pelé não é para ser recusado, ou é? Aceitando o convite de sua Majestade, vou à parte mais lúdica e espetacular do museu que é a de narrações históricas com as pessoas que traduzem a emoção do futebol, os narradores esportivos. Paro para escutar cada uma das narrações. São nomes como Jorge Cury, Waldir Amaral, José Carlos Araújo, José Silvério, entre outros gênios da narração.

Depois dessa passagem tem toda a história do futebol, dados curiosos, fotos impressionantes e vários outros atrativos que valem a pena conferir cada parte desse museu. Mais uma vez, paro para ver cada foto, cada imagem, cada detalhe de tamanha exposição. E para finalizar, temos a parte cientifica e de dinamismo, onde o visitante pode brincar de pebolim, jogar futebol com o computador, bater um pênalti, enfim, fazer muitas coisas para viver a real dimensão do futebol, vejo as fichas técnicas de cada um dos times do Brasil e conheço a alegria de cada torcedor com os gritos da torcida. Vejo com muito orgulho a torcida e os gritos do CRB, Payssandu, Santa Cruz, Vitória, Sport Recife, entre vários outros. Enfim, se cada um de vocês que vai para São Paulo, visitem esse Museu. Vale muito à pena.

Agora vamos à parte prática, conversei com o curador do museu por um bom tempo e conheci cada detalhe de como foi instalado tamanha magnitude, e fiquei pesando como seria bom um memorial para cada clube nordestino ter seus ídolos, seus gritos da torcida, suas glórias, todas guardadas em um lugar bem especial. O investimento que foi feito foi de 500 mil reais e deixar dentro do estádio do Pacaembu. A estrutura ainda conta com uma loja terceirizada com um nome sugestivo de “Roxos e Doentes” e também de um café. ´

É lógico que nossos times do nordeste não têm esse dinheiro todo para ser investido em um memorial, mas que isso já deve começar a ser pensado como forma de incentivo a novos torcedores (consumidores), como forma de obter mais receitas para o clube.

Para finalizar esse tema nostálgico, sugiro que visitem o Museu do Esporte (foto abaixo) que fica em Alagoas, no estádio Rei Pelé, sob o comando do bravo e guerreiro Lautheney Perdigão, uma pessoa que luta pelo futebol alagoano e teve essa iniciativa espetacular. Dois conselhos: CSA e CRB ajudem Lautheney a fazer crescer esse museu dentro do Rei Pelé, procurem interatividade, novos projetores, coisas que gerem atrativos para que os alagoanos de forma geral tenham uma grande opção de lazer à altura do Museu em São Paulo. A outra dica é para todos os clubes do Nordeste, começarem a reunir documentos, vídeos históricos, entre outros para manter a história do clube sempre viva na memória dos torcedores. Ganha o clube e ganha também os torcedores.

VAMOS AO TRABALHO!!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O MODELO ELITISTA DO FUTEBOL BRASILEIRO

A partir de hoje, o Blog Marketing Esportivo Nordeste, após a reformulação do projeto gráfico e aparecimento de novas ideias e conceitos, o blog está de volta com a chamada força total! Novos posts estão desenvolvidos para você amante do futebol, em especial aos torcedores nordestinos para que cada um compreenda que a criatividade e a união é a arma de nós torcedores e admiradores do esporte contra a falência dos clubes que amamos de verdade. São esses clubes que fazem com que nos façam cada vez mais gostar do futebol em sua maneira pura de ser, que é na maioria das vezes vendo o jogo nos estádios de futebol ou então sofrendo ao pé do rádio.
Para a volta, vou recomeçar com um post sobre a paixão do torcedor e passando de maneira geral sobre o que em minha opinião é o principal problema de todos os clubes nordestinos: a falta de calendário para geração de receita. Problema esse causado única e exclusivamente pela CBF. Então vamos recomeçar!
Primeiramente, sou um grande colecionador de coisas de futebol, são recortes de jornais, revistas, panfletos, tudo o que sai de diferente dos nossos clubes de futebol eu guardo em uma pasta para a posteridade.
Pois bem, a imagem ao lado mostra uma edição da revista PLACAR, de março de 2002, onde mostra o campeonato mais legal e rentável do país, que nada mais é que o nosso Campeonato do Nordeste de 2002. O futebol nordestino virou referência no país durante os anos de 2000 a 2003, que foi quando a CBF com esse seu “novo olhar” para o futebol acabou tornando o nosso futebol brasileiro completamente elitista, privilegiando basicamente os 12 grandes clubes do Brasil. Essa é a principal explicação para a ladeira que os clubes que não fazem parte desse grupo restrito tenham sofrido para manter folhas, manter elencos, fazer novas promoções, apostar em gestão a longo, ou seja, colocar uma gestão administrativa nesses clubes do futebol nordestino. Em suma, você amigo leitor, consegue manter uma casa com seis meses de trabalho? Eu acredito que não, pois com essa mesma lógica eu faço a mesma pergunta a algum dirigente do nosso futebol nordestino: NINGUEM CONSEGUE MANTER UM CLUBE POR SEIS MESES. E mesmo assim os clubes nordestinos provam seu amor e sua paixão lotando os estádios de futebol para acompanhar poucos momentos de graça, em melancólicas séries C e D da vida, e alguns poucos privilegiados na série B e A. Em um país tão grande como o nosso isso é simplesmente um ABSURDO!
A existência de um calendário anual é de fundamental importância para que os clubes se desenvolvam. Entre 2000 e 2003, nós nordestinos, vivemos o nosso último grande momento no futebol a nível nacional, pois os clubes JOGAVAM. Até a Série C na época era iniciada a disputa em Junho e concluía a primeira fase em meados de setembro, ou seja, quase quatro meses de disputa. Vejamos o quadro comparativo abaixo da quantidade de times que disputavam os campeonatos brasileiros de 2004 até o nosso modelo atual.

ANO

Quantidade de clubes (Séries A, B e C).

2004

28 (A) + 28 (B) + 64 (C) = 120 clubes

2005

26 (A) + 24 (B) + 64 (C) = 116 clubes

2006

24 (A) + 24 (B) + 64 (C) = 112 clubes

2007

22 (A) + 22 (B) + 64 (C) = 108 clubes

2008

20 (A) + 20 (B) + 20 (C) = 60 clubes

2009

20 (A) + 20 (B) + 20 (C) = 60 clubes


O “novo modelo” da CBF, é ótimo para algum país europeu, mas mesmo assim, a Inglaterra que tem uma extensão territorial menor que a Bahia, por exemplo, possui nove divisões no futebol profissional deles. Infelizmente, os nossos clubes são amplamente desvalorizados pela CBF.
Para se ter uma ideia, foi uma luta trazer o Campeonato do Nordeste para ser disputado esse ano. É bem verdade que o Campeonato esse ano não empolgou, mas tem tudo para dar certo nos anos seguintes.

O que fica como conclusão desse artigo é que não adianta as melhores estratégias de marketing esportivo no planeta para algum clube que tem seu calendário resumido a apenas seis meses. Infelizmente esse é o modelo que está aí, e que a CRIATIVIDADE e a UNIÃO podem ajudar e muito ao futebol nordestino, em menores proporções, ressurgir e ganhar novas capas de revistas como essa que foi apresentada no inicio do post. E VIVA A LIGA DO NORDESTE!

O próximo post mostrará a influência dos torcedores em um clube de futebol, será que ela existe? Não percam!